terça-feira, 22 de julho de 2014

Um tema sempre atual, infelizmente.

Corrupção é palavra que voga na atualidade. A história brasileira é repleta de exemplos. Porém muitos períodos, foi “proibido” falar e apurar a corrupção. Ela não é prática só das elites dirigentes. A palavra corrupção em sua definição, expressa a oposição, a negação daqueles valores que consideramos, ou pelo menos deveríamos considerar como sustentáculos do bom andamento das relações intrapessoais e sociais, que são necessárias para a realização humana. 

Corromper, portanto, é o ato pelo qual se adultera, se estraga algo físico ou moralmente. A repercussão é de maior ou menor amplitude, conforme a ação que se realiza. As causas são praticamente inesgotáveis, pois envolvem problemas estruturais, sociais e pessoais.

 A corrupção política, ou a corrupção na política de uma determinada sociedade deteriora as próprias estruturas da sociedade, uma vez que a política é o cuidado com o que é coletivo, de todos, é a busca de soluções para os problemas que a sociedade como um todo enfrenta. A corrupção na política é aproveitar-se, apropriar-se do que é coletivo, em benefício próprio. É roubar. Se os agentes públicos – os políticos – são corruptos, e/ou se associam a agentes privados corruptores, a saúde da sociedade corre sérios riscos. Faltando o respeito pelo que é de todos, prevalece no comportamento de cada um o vale tudo, o “levar vantagem” em tudo, o enganar para escapar ileso de eventuais punições. 



No Brasil, corrupção está espalhada pelos diferentes setores e níveis da atividade política: no executivo, no legislativo e no judiciário, do nível federal ao nível municipal. Faz parte também dos comportamentos das empresas privadas que trabalham para o governo em obras e serviços ou que dele defendem para autorizações e legislações de suas atividades.
No legislativo e no executivo ela é pior do que no judiciário, porque estes poderes mexem diretamente com o dinheiro e com as legislações. Os legislativos costumam ser comparados com balcões de negócios. O executivo nacional já chegou até a criar mecanismos para a lavagem de dinheiro sujo, obtido com o narcotráfico ou com a corrupção – como as contas CC5 autorizadas pelo Banco do Brasil.





A sociedade clama justiça, onde a maioria dos casos a impunidade torna-se aliada das empresas, das gangs, autoridades e maus funcionários, há quem diga que um terço do que se gasta nos governos se esvai pelos ralos da corrupção. Isto tudo é dinheiro coletivo que se perde, deixando de atender, com ele, uma grande quantidade de necessidades sociais.

A exclusão social é resultado da lógica de funcionamento do sistema econômico vigente no país, orientando para a acumulação sem fim do capital. Este sistema é hegemônico, hoje no mundo inteiro e está levando à exclusão de cada vez mais populações e até países inteiros. Esse sistema se relaciona com a corrupção na medida em que na sociedade capitalista as pessoas não são vistas como cidadãos, mas como consumidores. Um cidadão tem direitos que a sociedade deve entender, tenha ele dinheiro ou não. Um consumidor terá suas necessidades se tiver dinheiro para isso. 

A corrupção dá acesso ao dinheiro, mas a corrupção também agrava a exclusão, deixando de gerar empregos, de prestar serviços ou de construir equipamentos coletivos necessários à elevação dos níveis de vida. 


Para mudar este quadro, em primeiro lugar é preciso que cada um de nós, na sua vida cotidiana, atue de forma limpa, pensando nos outros, alertando todos que pudermos para os males da corrupção e a verdadeira função do político, trabalhando para que sejam eleitas pessoas dignas de exercer mandatos políticos, denunciando toda improbidade que chegue ao nosso conhecimento, etc, isto é, tornando-se um agente de mudança pelo fim da corrupção. 

Ela só acabará se a sociedade criar uma repulsa à corrupção tão forte como já se conseguiu fazer com a tortura. 

Uma sociedade precisa de pessoas com valores pois quanto mais publica for a política, mais ela coíbe a corrupção, que é o câncer da política brasileira.

domingo, 20 de julho de 2014

O CENTÉSIMO MACACO

 A história do centésimo macaco começou numa ilha chamada Kochima, no JAPÃO. Em 1952, cientistas observavam a espécie macaca fuscata em seu ambiente natural. O estudo do comportamento da espécie levou os cientistas a jogar batatas-doces cruas nas praias da ilha e a observar as reações dos macacos. As batatas agradaram aos macacos, exceto pela areia que as impregnavam. 

Um belo dia, os cientistas flagraram uma fêmea, de um ano e meio de idade, lavando as batatas-doces num rio próximo à praia onde eram jogadas as batatas. Eles passaram a chamar a fêmea de Imo (quer dizer primeira ou algo bem próximo). A jovem fêmea Imo continuou a lavar as batatas-doces que apanhava na praia todos os dias e as saboreava como nenhum outro membro da espécie. Seu gesto tornou-se rotina. O prazer em comê-las, passou a ser imitado por outros membros do grupo. Um a um, os macacos passaram a imitar a jovem macaca Imo até que, em 1958, o centésimo macaco adotou o hábito de lavar batatas-doces, antes de comê-las, e este costume se incorporou como novo padrão de comportamento do grupo.

Esta experiência passou a ser conhecida como o fenômeno do centésimo macaco, e nos fala do processo de mudança de comportamento de um grupo, a partir da mudança de atitude de um indivíduo do grupo.

 PARA AQUELES QUE SEMPRE ENCONTRAM DESCULPAS PARA DEIXAR DE AGIR DE FORMA ARROJADA, OU ATÉ DE FORMA ADEQUADA, ESTÁ AQUI A EXPERIÊNCIA CIENTÍFICA QUE COMPROVA O ENORME PODER QUE O ELEMENTO TEM EM TRANSFORMAR-SE, EM INFLUÊNCIAR OUTROS ELEMENTOS E MUDAR O PADRÃO DE COMPORTAMENTO DO GRUPO.

         Pode-se e deve-se mudar a dura realidade dos indivíduos, das empresas, das instituições e dos pais, a partir de uma mudança de enfoque. Muitas pessoas estão sempre prontas a serem os centésimos, aqueles que, ao aderirem, consolidam um novo padrão de comportamento, aliá, ato de fundamental importância no processo de mudança. Mas onde está o primeiro???

ESTÁ AO ALCANCE DE TODOS DESTRUIR VELHOS E ENRAIZADOS HÁBITOS E FORJAR NO GRUPO UM NOVO PADRÃO DE COMPORTAMENTO. O QUE SE PRECISA É ANULAR O ENFOQUE. PORQUE SER O CENTÉSIMO, SE PODEMOS SER O PRIMEIRO E DESFRUTAR O DELEITE RESTRITO DO PERCURSO, O VERDADEIRO CIDADÃO, O HERÓI DE VERDADE.


quinta-feira, 17 de julho de 2014

Desculpe, David Luiz.

Senado Federal
Discurso do Senador Cristovam Buarque
Plenário do Senado Federal
09/Julho/2014
*Por Cristovam Buarque

O Brasil é um País privilegiado. Sabemos do privilégio na natureza e nas características do povo, mas tem um privilégio na história: o fato de que não termos traumas que outros países têm nas suas histórias. Nunca perdemos uma guerra, nem nos nos rendemos. A Alemanha sofreu duas derrotas e rendições em um mesmo século. A França que foi invadida e ocupada durante quatro anos pelo exército alemão. Os Estados Unidos tiveram uma traumática guerra civil e presidentes assassinados. Nossos traumas se resumem ao suicídio de um presidente, e perda da Copa do Mundo para o Uruguai, no último minuto, 64 anos atrás.
Agora, neste 8 de julho de 2014, ficamos com a sensação de um grande trauma nacional por causa da desastrosa derrota por 7 a 1 que nossa seleção sofreu diante da Alemanha.

Por sermos o país do futebol, por termos este esporte entrando na alma de nosso povo, e por sermos atualmente bons, os melhores historicamente, nós temos a razão de sentirmos o trauma com a derrota da seleção ontem. O que surpreende é como não temos outros traumas.
Por exemplo, estamos profundamente abatidos no Brasil inteiro porque perdemos de 7 a 1 para a Alemanha, mas jamais nos lembramos de que a Alemanha teve 103 Prêmios Nobel e nós nenhum.
Com toda a tristeza que sinto pelo fato de termos sido derrotados, e com um escore tão grande, do ponto de vista do interesse nacional, do ponto de vista das consequências para o futuro, é muito mais grave para o futuro do País o fato de estarmos perdendo para a Alemanha de 103 a zero, no campeonato de Prêmio Nobel.

Nós não nos traumatizamos, no dia 14 de março de 2013, quando foi divulgado o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do Brasil, que nos deixou em 85º lugar, entre 106 países analisados. Entre estes países estão alguns dos mais pobres do mundo, os 106 ficamos em 85º – quase lanterninha –, e não nos traumatizamos. E nós nos traumatizamos por sermos o quarto ou até o terceiro em futebol, dependendo do resultado do jogo no próximo sábado. O mundo inteiro disputou para ter seus times na COPA. Foram selecionados 31 e nós fomos disputar com eles. Apenas 32 foram selecionados como os melhores. Aos poucos foram sendo eliminados. O nosso chegou ao último estágio, que são os quatro finalistas. Não chegamos à finalíssima, mas chegamos à anterior. Na pior das hipóteses, sairemos dessa Copa como a quarta melhor seleção de futebol do mundo. E o Brasil está de luto, num sofrimento que dói na gente, sobretudo quando vemos as crianças que choraram no estádio e nas ruas pela derrota que elas não esperavam. Nem entendem.

Mas não nos traumatizamos no dia 3 de dezembro de 2013, quando foi divulgada a classificação do Brasil na educação, entre 65 países, e ficamos em 58º. Uma avaliação que analisa 65 países, feita pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, da Europa, deixa-nos em 58º, entre 65 e não houve nenhum trauma naquele 4 de dezembro, dia seguinte à divulgação do resultado. Este campeonato que não gerou qualquer tristeza, mas suas consequências para o Brasil são muito mais trágicas, do que o resultado do jogo contra a Alemanha.

Nós não tivemos o menor constrangimento, o menor trauma, a menor tristeza, quando, no dia 1º de março de 2011, a Unesco divulgou a sua classificação da educação para 128 países, e nos colocou em 88º. Ou seja, um dos piores.
E, quando falamos em 128 países, estamos incluindo os mais pobres do mundo, não nos comportamos apenas com países da elite educacional, não foram apenas os BRICS, nem apenas os emergentes: Temos toda a razão emocional de estarmos tristes por termos sido excluídos da finalíssima decisão de quem será o campeão deste ano. Temos toda a razão de estarmos tristes, porque ainda não foi este ano que ganhamos o hexa, mas também precisamos ficar tristes com as outras nossas classificações: na educação, na saúde publica, na violência, no quadro social.
Todo o direito à tristeza, mas não esqueçamos as outras razões para sofrer também, até porque são essas outras razões de sofrimento que nos levariam a superar os nossos problemas e construir um futuro que nos vem sendo negado há séculos.

Precisamos ver, nessa derrota como jogador David Luiz no final do jogo, quando ainda dentro do campo, pela televisão, chorando, disse o seguinte: “Desculpa, por não ter feito vocês felizes nesta hora”. Veja a que grandeza: ele não disse que estava triste por não ser campeão do mundo. Estava triste por não ter feito a nós, os brasileiros, felizes nessa hora. E continuou “Mas aqui tem um cidadão disposto a ajudar a todos”, Ou seja, a derrota foi de um jogo, não foi a derrota de uma história. E continua: “Eu só queria dar alegria para o meu povo que sofre tanto por tanta coisa”. Esse sentimento vindo dele confesso que me surpreendeu, quando ele lembra: “queria dar uma alegria para esse povo que sofre tanto por tanta coisa”. E ele diz: “Queria pedir desculpa”, “só queria fazer meu povo sorrir pelo menos no futebol”. Veja que sentimento esse rapaz teve. Sair daquela derrota chorando e lembrar-se do povo, lembrar-se do sofrimento do povo e lembrar-se, como ele diz, de o povo sorrir, pelo menos no futebol. “Porque já sofre tanto por tanta coisa”
O sofrimento não fica restrito ao futebol mas é o sofrimento do futebol que traumatiza. Os demais são tolerados, ignorados, por serem banalizados. Por isso não damos tanta importância aos demais sofrimentos e não fazemos o dever de casa para consertar o resto ganhar outras copas. Não estamos jogando para sermos campeões mundiais na educação, para sermos campeões mundiais no saneamento, para sermos campeões mundiais, por exemplo, na paz das cidades. Embora fracassada, fazemos o dever de casa, para sermos competitivos no futebol, mas não estamos fazendo o dever de casa para o Brasil ser melhor, mais eficiente, mais justo, e não percebemos este fracasso. Por isso não sofremos, diante dos males banalizados. Sofremos porque o Brasil não é campeão mundial de futebol este ano – já foi cinco vezes –, mas não sofremos porque não estamos fazendo um Brasil melhor.

Quando vi o David Luiz pedindo desculpas, pensei: quem devia estar ali pedindo desculpas éramos nós os Senadores, os Deputados, os Ministros, os Governadores, a Presidente da República, porque somos nós que estamos em campo para fazer um Brasil melhor. Nós somos a seleção brasileira da política para a definição dos rumos do País. E nem ao menos lembramos que o papel do político é eliminar os entulhos que dificultam o caminho das pessoas à busca de sua felicidade pessoal.
Eles estavam em campo para fazer o Brasil campeão. Nós estamos em campo para fazer um Brasil melhor e não estamos conseguindo chegar nem
ao quarto, nem ao décimo, nem ao vigésimo, nem ao quinquagésimo lugar. Estamos chegando ao octogésimo quinto no Índice de Desenvolvimento Humano, octogésimo oitavo na educação. Estamos perdendo de 103 a zero em Prêmio Nobel para a Alemanha.

O mais importante para o futuro do País não é o campeonato de futebol, embora esse toque mais na alma da gente, o maior campeonato que estamos perdendo são as condições sociais, as possibilidades de eficiência na economia, a educação, segurança, a saúde, a corrupção. Esses são os campeonatos que devem fazer com que nós brasileiros trabalhemos para superar.
O Davi Luís deu todo o seu esforço e nos colocou primeiro entre as seleções selecionadas para a Copa, porque muitas ficaram de fora; depois nos fez passar para oitava, para quarta e agora estamos nas finais, e apesar disso ele nos pede desculpas, “por não ter feito o povo sorrir, pelo menos no futebol” – como ele disse – pelo menos no futebol, mas não basta só o futebol. Pelo menos no futebol porque essa é a tarefa dele, mas aqui, nesta casa no congresso não basta o futebol.

Sofri ontem como qualquer brasileiro, mas eu quero agradecer aos jogadores que nos colocaram nessa posição.

Quero agradecer, ao David Luiz, quando ele nos deu esta lição: “Eu só queria fazer meu povo sorrir pelo menos no futebol.” Você não conseguiu, David Luiz, fazer o povo sorrir plenamente no futebol, mas você conseguiu nos despertar para o fato de que nós não estamos conseguindo fazer o povo sorrir pelas outras coisas das quais eu sou um dos responsáveis.
Por isso, desculpa, David Luiz.

Cristovam Buarque, Professor da UnB e Senador pelo PDT-DF.

quarta-feira, 16 de julho de 2014

A Mulher de Piloto

Ser mulher de um piloto profissional é antes de tudo, ser uma especialista em extraterrestres. Toda mulher que casa com um aeronauta entra para a Aviação. Não tem como fugir, ou ela aprende a falar a linguagem dos tripulantes ou torna-se a burrinha da história.
Considerados turistas bem remunerados, os aeronautas hospedam-se em hotéis cinco estrelas, conhecem os melhores restaurantes e criam hábitos sofisticados, independentemente de suas vontades.
À força de perambular por aeroportos nacionais e internacionais, conviver com outros povos e outras línguas, conhecer hábitos, artes, artimanhas, e todos eles com etceteras, suas cabeças são bombardeadas a cada voo com novos e irregulares conhecimentos.
Daí, quando eles atravessam o salão de um aeroporto com seus uniformes, que a maioria detesta, impecáveis e com aquele ar de quem vive num mundo inconsútil e sabe das coisas, trazem consigo uma aura de grande romantismo e charme; eles podem ser até barrigudinhos e feios, o charme é inevitável.
São assediados e incentivados a ter aventuras amorosas, como qualquer marinheiro. Isso não quer dizer que todo tripulante seja amante da comissária. Há exceções, não mais que o médico com a enfermeira ou o chefe com a secretária. De um modo geral, são ligadíssimos a suas famílias, que são seu lado terráqueo.
Suas mulheres convivem com este risco, assim como convivem com o risco de verem um programa de televisão ser interrompido para darem a notícia de que “acaba de cair um avião, assim, assim, voltaremos em instantes com maiores detalhes.”
Um dia, ao ouvir uma notícia destas, uma amiga casada com um comandante ligou horários e possibilidades e desesperou-se. Ligou para a companhia sem se identificar, pedindo mais informações sobre o acidente. Quem atendeu, tentando acalmá-la, disse:
- Minha senhora, não se preocupe, era só um voo de treinamento. Morreram só os tripulantes.
Claro que eu não vou escrever o que ela disse ao informante.
Quando um piloto morre em vôo é porque alguma coisa o traiu. A máquina, a natureza a percepção. Todo piloto morto voando, morreu à traição. Por isso, dói de forma diferente em todos os outros, sentir o companheiro traído - às vezes por tão pouco, apenas uma fração de qualquer coisa.
Então, sufoca e deprime inquieta e magoa ter toda a vastidão e depender de milésimos e milímetros. Daí talvez aquele algo diferente existente neles.
Quando eles chegam de um vôo, trazem nos sapatos a poeira do mundo, nos cabelos o pó das estrelas e nos olhos um cansaço cósmico. Penalizados pelo diferencial de pressão atmosférica e pelo fuso horário, sentem-se exaustos de imensidão. Incompatibilizados com fronteiras, levam horas para adaptar-se ao micro dia-a-dia.
Metade gente, metade ficção não podem, ao chegar de um voo, ser recebidos de maneira prosaica. Jamais os receba assim:
- O Jr. vai perder o ano!
-Roubaram aquele relógio que foi do seu pai!
-Hoje é dia 15 e o dinheiro já zerou!
De difícil convívio, fortes candidatos a neuroses e depressões, já saem do avião defasados de realidade. Mas esta realidade só pode ser ministrada em doses homeopáticas, sem o que, eles estuporam. Contudo, não há motivo para desesperar-se.
Dentro daquelas inconfundíveis maletas que eles usam você encontrará toques de carinho. Uma revista italiana, um bombom suíço, um perfume francês ou uma escultura nigeriana. Também poderá ouvir frases assim:
-Estava com tantas saudades e tanta pressa em chegar que larguei todas as porteiras do céu abertas.
Outra coisa que também os mantém profissionalmente de rédea curta: os exames periódicos. Qualquer profissional, por mais importante e sofisticada que seja sua área, forma-se, faz mestrado, cursos, mas nunca outro vestibular eliminatório. Com o tripulante é diferente. Até os 40 anos, ele tem uma espécie de vestibular anual, depois desta idade passa a ser semestral. Lá vão eles para os rigorosos e altamente sofisticados exames físico, psíquico e técnico. Todos são eliminatórios. É mais uma dura realidade deste duro mundo aviatório. Cortados de voo se não preencherem 100% de cada requisito, eles têm uma segunda chance se, dentro de um rígido prazo estipulado pelo setor em que foram eliminados, conseguirem recompor-se integralmente. Naturalmente, os leitores estão pensando:
-Mas é claro! A vida de muita gente depende das mãos e da cabeça destes senhores! É, tudo bem!
Então por que a sociedade é tão condescendente com os senhores médicos, senadores, deputados, vereadores e o até com o Presidente? Por que nenhum candidato precisa fazer exame nenhum? Para fazer e acontecer com a vida e o dinheiro, não de alguns como os senhores passageiros, mas de todo cidadão, indefeso nas mãos deles. Por isso vemos o mundo nas mãos de incompetentes. Com raríssimas e honrosas exceções. Pensem nisso.
Então, de repente, os tripulantes têm que fazer greve para sobreviver decentemente. Um tripulante em greve por melhores salários é uma coisa tão absurda como se os aviões entrassem em greve por uma melhor manutenção.
Para a segurança de voo, nem tripulante e nem avião, podem ser mantidos com o mais ou menos; a sofisticação técnica e profissional só se mantém com o melhor. Cada dia mais.
Assim, se eu estiver viajando numa companhia, na qual os aeronautas estejam fazendo “operação tartaruga”, peço licença ao senhor comandante pego o microfone e digo:
- Senhores passageiros, por favor, desapertem os cintos saiam devagar, desçam a escada e corram. Procurem outra companhia, porque esta está economizando em cima de sua segurança. E você aí, que de avião só sabe quando olha para cima, saia de baixo...


Dr Augusto Cury.
Médico psiquiatra brasileiro e escitor.

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Como acreditar na honestidade da vida política? - Opinião

Um país pobre como o nosso pode acreditar na honestidade da vida política? Uma campanha de um candidato a deputado estadual de um partido como o PMDB, para se eleger, terá um gasto superior a 1 milhão de dólares. Isso se for um candidato conhecido.

Nos quatro anos de mandato, esse mesmo candidato não ganhará mais do que R$ 600 mil, no máximo. Tendo gasto R$ 2,4 milhões, quem compensará a diferença? Como se vê, nas prestações de contas, mesmo o parlamentar perdendo dinheiro e tendo que pagar a sua campanha, seu patrimônio sempre aumenta. Isso considerando um candidato conhecido, já com mandato. Imagina os candidatos que se elegem a primeira vez, sem nenhuma base política, devem gastar mais de 2 milhões de dólares.

Alguém pode acreditar na honestidade desse senhor que vai para a Assembleia Legislativa fiscalizar e legislar em nome do povo? E no fim do seu mandato sempre tem o seu patrimônio maior do que quando se candidatou pela primeira vez. Essas observações são para um deputado estadual. Imagina, senhores, para um deputado federal, o gasto não será menor do que 5 milhões de dólares. E a receita desses senhores não será maior do que R$ 1 milhão nos quatro anos de mandato.

Como o povo pode acreditar que esses senhores vão defender os seus interesses? A opinião pública, os formadores de opinião, se preocupam com as corrupções, como têm que se preocupar. Mensalão, Pasadena, Alstom, Metrô de São Paulo, privatizações, "anões do orçamento", estádios superfaturados, Odebrecht, Andrade Gutierrez, e todos os outros alavancadores de corrupção. Tudo isso faz com que o povo tenha certeza de que um senador eleito, tendo gasto em uma campanha mais de R$ 20 milhões e não ganhando nos oito anos de mandato mais do que R$ 4 milhões, tendo feito, então, em prejuízo de mais de R$ 15 milhões, pois o que gastou em uma campanha que se elegeu, menos a receita. O povo pode acreditar que esse senhor vai defender os seus interesses?

Depois de tantos absurdos onde o povo, mesmo o mais pobre, está absolutamente esclarecido que isso não é normal. As campanhas em países desenvolvidos, pode haver algum interesse dos políticos em defender segmentos empresariais, já que esses políticos eleitos com financiamentos privado podem ser lobistas desses empresários. Mas em um país que o gerador de lucro e negócios é o estado, o município ou a União, com certeza o povo sabe que todos esses escândalos que nós vimos e que destroem o Brasil há mais de 60 anos pela bactéria da corrupção, continuará sendo essa mesma bactéria destruidora da dignidade, da moral das instituições brasileiras. Ou se faz uma reflexão urgente dessas barbáries, ou nosso futuro os sociólogos deveriam dar um diagnóstico, imediatamente.

Jornal do Brasil.



Meu ponto de vista: matematicamente esta é a mais pura verdade. Fica a questão: como interromper este circulo vicioso?
A minha resposta: Precisamos de mudança com renovação dos atuais políticos.
José Roberto Correia FRANÇA

quarta-feira, 2 de julho de 2014

A farda na urnas

A campanha da grande mídia nacional contra os militares, por causa dos 50 anos do "1964" despertou neles a necessidade de participação maior no processo político. Já houve várias candidaturas de militares a cargos eletivos contando com os votos de companheiros de farda. Pouquíssimas tiveram sucessos.

Diferente de outras profissões com mais forte corporativismo, ficou comprovado que "milico não vota em milico". Alguns até reclamam dos chefes militares que, avessos à política, proíbem qualquer tratativa sobre candidaturas de colegas, por mais discreta que seja, no interior dos quartéis. Até aí, tudo bem, mas alguns comandantes chegam ao extremo de desestimular seus comandantes em qualquer abordagem nesse sentido, mesmo fora da caserna. 

Nesse período pré-eleitoral, surgem por aí algumas notícias acerca da fundação do Partido Militar Brasileiro, que já contaria com 80% das assinaturas necessárias para sua legalização e 1.045 diretórios municipais. Enquanto o PMB ainda não pode lançar candidaturas, 27 militares disputarão vagas na Câmara Federal e Assembleias pelo PMDB, PSD e PDT.

O Candidato do PSC à Presidência da República, o pastor Everaldo Pereira, apareceu com 2% na última pesquisa do Data Folha, graças ao apoio dos evangélicos. Agora, ele está procurando um militar para vice. Contando com 5 milhões de militares entre os da ativa, reformados, pensionistas e parentes, segundo cálculos do PSC, em todo o País.

Um milico que tem obtido votações extraordinárias no Rio de Janeiro é o Deputado Bolsonaro. Dizem os cariocas que quanto mais a imprensa e seus adversários batem nele, mais ele cresce. Realmente, o homem é muito polêmico e brigão, mas no momento atual, esse é um tipo de político que muita gente escuta, fazendo a diferença na mesmice dos debates eleitorais.

Acredito e muita gente também, que o vencedor da próxima eleição será candidato que abrir a boca no horário gratuito de televisão, falando o que deve ser falado das roubalheiras, bandidagem e corrupção que rolam soltas por aí. O discurso tradicional está falido e o povo sabe disso.

Todos estão lembrando do escarcéu que a presidente Dilma fez em redes de televisão e rádio anunciando a redução nas tarifas de luz, coisa que agora mostra ter sido uma medida demagógica e insustentável. Na próxima conta de luz vamos constatar isso.

A Petrobras é nossa, do tempo de Getúlio, nunca esteve com a imagem tão deteriorada, nunca perdeu tanto valor patrimonial e foi tão abalada por escândalos e malfeitorias. E o pior é que seus inimigos estão na própria trincheira.

(Publicado no Diário da Fronteira / Uruguaiana/RS de04/05).
O autor é o * Cel Antonio Augusto Brasil Carús.
* Foi deputado estadual, Secretário de Estado e Prefeito de Uruguaiana por 3 vezes, tendo
recebido a maior votação proporcional jamais alcançada por qualquer outro candidato.

Diante do exposto fica a pergunta: Quando iremos nos conscientizar que precisamos votar em nossos companheiros? José Roberto Correia França



A cara da direita

Em 2005, embora sem pretensões de ser eleito, me lancei candidato à Presidência da Câmara dos Deputados com a intenção de evitar a eleição do candidato do Governo, o então deputado Luiz Eduardo Greenhalg (PT-SP).



A imprensa não quis me atribuir os louros da vitória, mas me considerei o grande vencedor.
Nos 10 minutos em que tive direito a usar da palavra mostrei a real face do candidato do governo petista, escalado no passado para impedir o esclarecimento do sequestro, tortura e execução do prefeito de Santo André (SP), Celso Daniel. Após minha intervenção, foi evidente a mudança de votos de muitos deputados, evitando um mal maior. Severino Cavalcanti foi eleito no 2º turno.
Hoje, a minha visão sobre política é bem definida. Se este governo conseguir mais um mandato, o que de .melhor. nos poderá acontecer será, ainda em 2015, nos transformarmos numa Venezuela e de pior, numa Cuba.
Entretanto, entendo que os desvios bilionários dos companheiros., dos malfeitos na Petrobras e na Eletrobras, além de verdadeiro assalto aos Fundos de Pensões, só não são piores do que o roubo da nossa liberdade que se avizinha.
Minha preocupação é fundamentada em fatos históricos, pois não há notícia de qualquer país sob regime socialista/comunista que seu povo tenha razoável nível de desenvolvimento em educação, saúde e renda, ou gozem de qualquer autonomia.
Os livros escolares impostos pelo MEC, com frases e gravuras que pregam ser o capitalismo o inferno e o socialismo o paraíso, estão .envenenando. 30 milhões de crianças do ensino fundamental.
Abominam a propriedade privada, o lucro, o livre comércio e a meritocracia.
Meu nome, sem qualquer dúvida, encarna o sentimento daqueles que não suportam mais:
* o PT e demais partidos de esquerda;
* a desvalorização das Forças Armadas;
* o politicamente correto.;
* a altíssima carga tributária;
* a política externa aliada com ditaduras;
* o ativismo gay nas escolas;
* o desarmamento dos cidadãos de bem;
* a falta de política de planejamento familiar;
* as invasões do MST;
* a indústria. de demarcações de terras indígenas;
* a não redução da maioridade penal;
* o não reconhecimento da vital importância dos ruralistas e do agronegócio no desenvolvimento do País;
* a política de destruição de valores morais e familiares nas escolas;
* a ausência da pena de morte, prisão perpétua e trabalhos forçados para presos (ainda que consideradas cláusulas pétreas na Constituição);
* a manutenção do exame de ordem da OAB, nas condições atuais;
* as cotas raciais, que estimulam o ódio entre brasileiros e que, em muitos casos, são injustas entre os próprios cotistas;
* a Comissão Nacional da (in)Verdade, que glorifica terroristas, sequestradores e marginais que tentaram implantar, pelas armas, a ditadura do proletariado em nosso país;
* o Marco Civil da Internet, cuja regulamentação por decreto, inicia a censura virtual;
* o Foro de São Paulo onde ditadores e simpatizantes se acoitam por uma hegemonia marxista na América Latina;
* a liberação de recursos pelo BNDES para construir Porto em Cuba e metrô na Venezuela, assim como perdões de dívidas de ditadores africanos;
* as escolas com professores desprovidos de meios para exercerem sua autoridade;
* a ajuda financeira de mais de R$ 1 bilhão por ano à ditadura cubana via contratação de mão de obra escrava pelo programa .mais médicos.;
* os programas Bolsa Família como curral eleitoral e .Brasil Carinhoso que estimula a paternidade irresponsável;
* o Ministério da Defesa chefiado por incompetente civil como se não houvesse um oficial general de quatro estrelas qualificado e confiável para o cargo;
* o Código Penal que não garante punições justas para os criminosos;
* a invasão e ocupação de terras e prédios públicos e privados por movimentos ditos sociais, sem legislação eficaz que puna tais práticas;
* a obstrução de vias públicas e queima de ônibus por qualquer motivação;
* a priorização na política de direitos humanos para criminosos em detrimento das vítimas, dos policiais e dos cidadãos de bem;
* as indicações políticas para cargos da administração pública.

Creio que minha candidatura ao cargo de presidente da República seria o .fiel da balança.para a garantia de um 2º turno, comigo ou entre outros candidatos.
Não há preço que pague um debate meu com Dilma Rousseff, a pseudo torturada, cujo primeiro marido sequestrou um avião e rumou para Cuba com uma centena de reféns e o segundo (marido), que com ela passou a lua de mel assaltando caminhões na Baixada Fluminense.
Afinal, seu passado não pode continuar sendo ocultado da população brasileira, bem como seu desserviço para a democracia.
Se um dia jurei dar minha vida pela Pátria, se preciso fosse, a perda do meu mandato de deputado federal é muito pouco para evitar a cubanização do Brasil, fato mais que provável, caso o PT vença mais uma eleição.
Em 23 de abril passado protocolei Ofício junto ao Partido Progressista, colocando-me à disposição para concorrer ao cargo de presidente da República e para que meu nome fosse enviado para os institutos de pesquisa eleitorais, sendo o único candidato que, verdadeiramente, assume de peito aberto uma oposição às políticas do PT/PMDB e a chamada "base alugada".

Jair Bolsonaro - Deputado Federal

* Capitão da Reserva do Exército Brasileiro