Corrupção é palavra que voga na atualidade. A história brasileira
é repleta de exemplos. Porém muitos períodos, foi “proibido” falar e apurar a
corrupção. Ela não é prática só das elites dirigentes. A palavra corrupção em
sua definição, expressa a oposição, a negação daqueles valores que
consideramos, ou pelo menos deveríamos considerar como sustentáculos do bom
andamento das relações intrapessoais e sociais, que são necessárias para a
realização humana.
Corromper, portanto, é o ato pelo qual se adultera, se
estraga algo físico ou moralmente. A repercussão é de maior ou menor amplitude,
conforme a ação que se realiza. As causas são praticamente inesgotáveis, pois
envolvem problemas estruturais, sociais e pessoais.
A corrupção política, ou a corrupção na política de uma determinada sociedade
deteriora as próprias estruturas da sociedade, uma vez que a política é o cuidado com o que é coletivo, de
todos, é a busca de soluções para os problemas que a sociedade como um todo
enfrenta. A corrupção na política é aproveitar-se, apropriar-se do que é
coletivo, em benefício próprio. É roubar. Se os agentes públicos – os políticos
– são corruptos, e/ou se associam a agentes privados corruptores, a saúde da
sociedade corre sérios riscos. Faltando o respeito pelo que é de todos,
prevalece no comportamento de cada um o vale tudo, o “levar vantagem” em tudo,
o enganar para escapar ileso de eventuais punições.
No Brasil, corrupção está espalhada pelos diferentes setores e níveis da
atividade política: no executivo, no legislativo e no judiciário, do nível
federal ao nível municipal. Faz parte também dos comportamentos das empresas
privadas que trabalham para o governo em obras e serviços ou que dele defendem
para autorizações e legislações de suas atividades.
No legislativo e no executivo ela é pior do que no judiciário, porque estes poderes mexem diretamente com o dinheiro e com as legislações. Os legislativos costumam ser comparados com balcões de negócios. O executivo nacional já chegou até a criar mecanismos para a lavagem de dinheiro sujo, obtido com o narcotráfico ou com a corrupção – como as contas CC5 autorizadas pelo Banco do Brasil.
No legislativo e no executivo ela é pior do que no judiciário, porque estes poderes mexem diretamente com o dinheiro e com as legislações. Os legislativos costumam ser comparados com balcões de negócios. O executivo nacional já chegou até a criar mecanismos para a lavagem de dinheiro sujo, obtido com o narcotráfico ou com a corrupção – como as contas CC5 autorizadas pelo Banco do Brasil.
A sociedade clama justiça, onde a maioria dos casos a impunidade torna-se aliada das empresas, das gangs, autoridades e maus funcionários, há quem diga que um terço do que se gasta nos governos se esvai pelos ralos da corrupção. Isto tudo é dinheiro coletivo que se perde, deixando de atender, com ele, uma grande quantidade de necessidades sociais.
A exclusão social é resultado da lógica de funcionamento do sistema econômico
vigente no país, orientando para a acumulação sem fim do capital. Este sistema
é hegemônico, hoje no mundo inteiro e está levando à exclusão de cada vez mais
populações e até países inteiros. Esse sistema se relaciona com a corrupção na
medida em que na sociedade capitalista as pessoas não são vistas como cidadãos,
mas como consumidores. Um cidadão tem direitos que a sociedade deve entender,
tenha ele dinheiro ou não. Um consumidor terá suas necessidades se tiver dinheiro para isso.
A corrupção dá acesso ao dinheiro, mas a corrupção
também agrava a exclusão, deixando de gerar empregos, de prestar serviços ou de construir equipamentos coletivos necessários à elevação dos níveis de vida.
Para mudar este quadro, em primeiro lugar é preciso que cada um de nós, na sua
vida cotidiana, atue de forma limpa, pensando nos outros, alertando todos que
pudermos para os males da corrupção e a verdadeira função do político,
trabalhando para que sejam eleitas pessoas dignas de exercer mandatos
políticos, denunciando toda improbidade que chegue ao nosso conhecimento, etc,
isto é, tornando-se um agente de mudança pelo fim da corrupção.
Ela só acabará se a sociedade criar uma repulsa à corrupção tão forte
como já se conseguiu fazer com a tortura.
Uma sociedade precisa de pessoas com valores pois quanto mais publica for
a política, mais ela coíbe a corrupção, que é o câncer da política brasileira.