sábado, 8 de março de 2014

Todo mundo sabe.

Termino a jornada de quinze dias de trabalho ou como costumo melhor definir, quinze dias de voo, pois voar não é trabalhar. Prossigo de carona do interior do estado do Rio até a capital a fim de prosseguir por via aérea com destino a Belo Horizonte.
Adquirindo novas habilidades e já com fã-clube.

Véspera de carnaval e no trajeto cumprido no dobro do tempo previsto (como era de se esperar), pudemos observar as mazelas comuns à todas as cidades do Brasil. O movimento de veículos é intenso e como conseqüência temos enorme quantidade de ambulantes vendendo todo tipo de mercadorias na estrada.

A paisagem para mim é desoladora: muitas casas simples, literalmente na beira da estrada, aumentando o risco e a insegurança da viagem bem como de seus moradores, obras de duplicação em determinados trechos, que segundo o meu anfitrião de viagem, consomem aqui pelo menos o dobro do tempo de construção e quem sabe quanto a mais de custo, se comparadas com as que são realizadas no estado de São Paulo.

Soma-se a paisagem a visão de muitos veículos, quer sejam carros, ônibus e caminhões sem a necessária conservação, fruto da falta de fiscalização e conivência das autoridades e que culminam no aumento das estatísticas de acidentes e vítimas das estradas brasileiras.

Constatamos a imprudência de muitos motoristas em ultrapassagens arriscadas ou em curvas que desafiam as leis da física. Nossas estradas não são projetadas e nem construídas considerando-se a existência de tais leis.
Bernardo, meu sobrinho-neto.

Na chegada ao aeroporto internacional do Rio de Janeiro, destino final previsto, devido à péssima sinalização e das obras de mobilidade urbana em andamento, conseguimos alcançar o estacionamento do terminal, quando nossa intenção seria chegar no embarque.

Como o meu tempo de espera seria de seis horas aproximadamente, resolvi reunir-me aos festejos natalícios de meu sobrinho Fernando e embarquei em um táxi com destino a Irajá. Aproveitaria para rever toda a família e o Bernardo.

Ao indagar como estava a vida ao simpático motorista, recebi uma demonstração de quão insatisfeitos estão os cidadãos que possuem um mínimo de conhecimento das coisas da vida: política, economia, violência, educação, saúde, mobilidade urbana, transito caótico, diplomacia e guerras foram temas da exposição do condutor. Certamente que mesmo considerando o desconhecimento de alguns detalhes dos bastidores desses assuntos, sua descrição para os problemas do Brasil foram muito lúcidas.

Aguçou minha perplexidade o fato de conhecer tantas outras pessoas com os mesmos pontos de vista e soluções semelhantes para as nossas crises, mas as ditas autoridades sempre insistem em agir no sentido contrário dessa lógica, motivando tantas insatisfações ao ponto de serem necessárias manifestações para que nossos anseios possam ser pelo menos ouvidos.

Mas para encurtar o papo, fica a dúvida: porque mesmo “todo mundo” sabendo de tudo isso o resultado final não muda e não conseguimos melhorar de vida?


Fernando, o aniversariante.
Fernando meu sobrinho querido: parabéns e obrigado pelo seu aniversário. Essa comemoração me valeu mais um aprendizado.


Nas próximas eleições precisamos eleger cidadãos e não políticos!



3 comentários:

  1. ótimo texto e reflexão!! parabéns!!

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    1. Voces são suspeitos para comentar. Mas serve como incentivo. Tentarei ser melhor inclusive na prática do violão. Um abraço.

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  2. Julio Cesar Situações normais da vida como estas, fazem percebermos que é válida a tentativa de procurarmos os melhores cidadãos para nos rodear e conviver. É certo que conviveremos com problemas e diferenças, que devem ser resolvidos e tratados. É isso que o ser humano necessita: sinceridade e simplicidade.

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