sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Caixa preta.

Chamou a minha atenção a leitura de artigo da revista corporativa de uma das estatais brasileiras.


O autor, tenta de todas as maneiras convencer o leitor interno sobre a relevância dos serviços prestados e a dificuldade de se rebater as notícias veiculadas pela imprensa sobre a baixa qualidade dos serviços prestados. Com um ponto de vista totalmente corporativista, defende a performance da empresa, que opera em todo o território nacional em um ramo essencial para o desenvolvimento da nação.

Por estar envolvido emocionalmente nas criticas divulgadas, ele alega com os conhecimentos obtidos na faculdade de marketing que “e melhor não rechaçar as criticas, pois só é notícia NOVIDADE ou NEGATIVIDADE”. Assim se houver uma réplica, a sobrevida da crítica é maior. 

Como me utilizo desses serviços pessoal e profissionalmente, posso afirmar que as criticas são válidas.
Apesar de toda a tecnologia disponível no mercado, estamos literalmente no tempo das carruagens neste específico setor de infraestrutura brasileira. Ademais posso constatar a distorção na atividade fim a que se propõe a empresa. É notório que a propaganda do produto e a embalagem oferecida são mais refinadas do que o conteúdo. Nada contra o marketing. São coisas típicas do BRASIL.

Comparo o autor do texto aos mandatários do países em crise que insistem em passar para a população uma imagem que não combina com a realidade. Desconhecem ou por força de suas ideologias deixam de aplicar as boas práticas da gestão moderna. Aumenta a minha preocupação ao verificar em outro artigo o sugestivo título “O futuro já chegou” demonstrando que o outro autor do mesmo modo que o anterior tenta como que em uma lavagem cerebral, induzir o leitor que está tudo bem com o BRASIL.
As nossas obras de mobilidade urbana, infraestrutura e de participação na copa do mundo estão ai para dizer ..... QUE NÃO.

Nem preciso comentar sobre a saúde, educação e corrupção.
Concluo afirmando que precisamos ser mais humildes para detectar em todas as críticas recebidas a real oportunidade de melhorias sob pena de estacionarmos no tempo. Talvez por isso, desde a infância, ouço falarem que somos o país do futuro. 

Precisamos acabar com essas caixas-pretas.

2 comentários:

  1. Carlos Augusto Souto de Alencar22 de fevereiro de 2014 às 16:34

    Caro França, desde o início das privatizações me perguntei se as agências reguladoras fariam realmente o seu trabalho. Percebemos que, como eu imaginava, o Estado brasileiro se mostra ineficiente até para fiscalizar os serviços públicos privatizados. O que percebo em seu apropriadíssimo texto é a necessidade de se rever a estrutura de funcionamento das agências reguladoras. Qual é sua opinião sobre este tema? Boa sorte, pois precisamos de pessoas de bem na política.

    Carlos Augusto Souto de Alencar

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  2. Prezado Carlos: respondendo de forma objetiva à sua pergunta, creio que a indicação do corpo de integrantes de todas as posições estratégicas das empresas, quer sejam privadas (visando lucro) ou públicas (agencias reguladoras por exemplo) devem ser ocupadas por profissionais livres de interferências políticas. Saber estabelecer as NECESSIDADES do seu PÚBLICO ALVO bem como as PRIORIDADES das ações são a receita de uma gestão profissional. Um abraço.

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