quarta-feira, 2 de julho de 2014

A farda na urnas

A campanha da grande mídia nacional contra os militares, por causa dos 50 anos do "1964" despertou neles a necessidade de participação maior no processo político. Já houve várias candidaturas de militares a cargos eletivos contando com os votos de companheiros de farda. Pouquíssimas tiveram sucessos.

Diferente de outras profissões com mais forte corporativismo, ficou comprovado que "milico não vota em milico". Alguns até reclamam dos chefes militares que, avessos à política, proíbem qualquer tratativa sobre candidaturas de colegas, por mais discreta que seja, no interior dos quartéis. Até aí, tudo bem, mas alguns comandantes chegam ao extremo de desestimular seus comandantes em qualquer abordagem nesse sentido, mesmo fora da caserna. 

Nesse período pré-eleitoral, surgem por aí algumas notícias acerca da fundação do Partido Militar Brasileiro, que já contaria com 80% das assinaturas necessárias para sua legalização e 1.045 diretórios municipais. Enquanto o PMB ainda não pode lançar candidaturas, 27 militares disputarão vagas na Câmara Federal e Assembleias pelo PMDB, PSD e PDT.

O Candidato do PSC à Presidência da República, o pastor Everaldo Pereira, apareceu com 2% na última pesquisa do Data Folha, graças ao apoio dos evangélicos. Agora, ele está procurando um militar para vice. Contando com 5 milhões de militares entre os da ativa, reformados, pensionistas e parentes, segundo cálculos do PSC, em todo o País.

Um milico que tem obtido votações extraordinárias no Rio de Janeiro é o Deputado Bolsonaro. Dizem os cariocas que quanto mais a imprensa e seus adversários batem nele, mais ele cresce. Realmente, o homem é muito polêmico e brigão, mas no momento atual, esse é um tipo de político que muita gente escuta, fazendo a diferença na mesmice dos debates eleitorais.

Acredito e muita gente também, que o vencedor da próxima eleição será candidato que abrir a boca no horário gratuito de televisão, falando o que deve ser falado das roubalheiras, bandidagem e corrupção que rolam soltas por aí. O discurso tradicional está falido e o povo sabe disso.

Todos estão lembrando do escarcéu que a presidente Dilma fez em redes de televisão e rádio anunciando a redução nas tarifas de luz, coisa que agora mostra ter sido uma medida demagógica e insustentável. Na próxima conta de luz vamos constatar isso.

A Petrobras é nossa, do tempo de Getúlio, nunca esteve com a imagem tão deteriorada, nunca perdeu tanto valor patrimonial e foi tão abalada por escândalos e malfeitorias. E o pior é que seus inimigos estão na própria trincheira.

(Publicado no Diário da Fronteira / Uruguaiana/RS de04/05).
O autor é o * Cel Antonio Augusto Brasil Carús.
* Foi deputado estadual, Secretário de Estado e Prefeito de Uruguaiana por 3 vezes, tendo
recebido a maior votação proporcional jamais alcançada por qualquer outro candidato.

Diante do exposto fica a pergunta: Quando iremos nos conscientizar que precisamos votar em nossos companheiros? José Roberto Correia França



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