terça-feira, 22 de julho de 2014

Um tema sempre atual, infelizmente.

Corrupção é palavra que voga na atualidade. A história brasileira é repleta de exemplos. Porém muitos períodos, foi “proibido” falar e apurar a corrupção. Ela não é prática só das elites dirigentes. A palavra corrupção em sua definição, expressa a oposição, a negação daqueles valores que consideramos, ou pelo menos deveríamos considerar como sustentáculos do bom andamento das relações intrapessoais e sociais, que são necessárias para a realização humana. 

Corromper, portanto, é o ato pelo qual se adultera, se estraga algo físico ou moralmente. A repercussão é de maior ou menor amplitude, conforme a ação que se realiza. As causas são praticamente inesgotáveis, pois envolvem problemas estruturais, sociais e pessoais.

 A corrupção política, ou a corrupção na política de uma determinada sociedade deteriora as próprias estruturas da sociedade, uma vez que a política é o cuidado com o que é coletivo, de todos, é a busca de soluções para os problemas que a sociedade como um todo enfrenta. A corrupção na política é aproveitar-se, apropriar-se do que é coletivo, em benefício próprio. É roubar. Se os agentes públicos – os políticos – são corruptos, e/ou se associam a agentes privados corruptores, a saúde da sociedade corre sérios riscos. Faltando o respeito pelo que é de todos, prevalece no comportamento de cada um o vale tudo, o “levar vantagem” em tudo, o enganar para escapar ileso de eventuais punições. 



No Brasil, corrupção está espalhada pelos diferentes setores e níveis da atividade política: no executivo, no legislativo e no judiciário, do nível federal ao nível municipal. Faz parte também dos comportamentos das empresas privadas que trabalham para o governo em obras e serviços ou que dele defendem para autorizações e legislações de suas atividades.
No legislativo e no executivo ela é pior do que no judiciário, porque estes poderes mexem diretamente com o dinheiro e com as legislações. Os legislativos costumam ser comparados com balcões de negócios. O executivo nacional já chegou até a criar mecanismos para a lavagem de dinheiro sujo, obtido com o narcotráfico ou com a corrupção – como as contas CC5 autorizadas pelo Banco do Brasil.





A sociedade clama justiça, onde a maioria dos casos a impunidade torna-se aliada das empresas, das gangs, autoridades e maus funcionários, há quem diga que um terço do que se gasta nos governos se esvai pelos ralos da corrupção. Isto tudo é dinheiro coletivo que se perde, deixando de atender, com ele, uma grande quantidade de necessidades sociais.

A exclusão social é resultado da lógica de funcionamento do sistema econômico vigente no país, orientando para a acumulação sem fim do capital. Este sistema é hegemônico, hoje no mundo inteiro e está levando à exclusão de cada vez mais populações e até países inteiros. Esse sistema se relaciona com a corrupção na medida em que na sociedade capitalista as pessoas não são vistas como cidadãos, mas como consumidores. Um cidadão tem direitos que a sociedade deve entender, tenha ele dinheiro ou não. Um consumidor terá suas necessidades se tiver dinheiro para isso. 

A corrupção dá acesso ao dinheiro, mas a corrupção também agrava a exclusão, deixando de gerar empregos, de prestar serviços ou de construir equipamentos coletivos necessários à elevação dos níveis de vida. 


Para mudar este quadro, em primeiro lugar é preciso que cada um de nós, na sua vida cotidiana, atue de forma limpa, pensando nos outros, alertando todos que pudermos para os males da corrupção e a verdadeira função do político, trabalhando para que sejam eleitas pessoas dignas de exercer mandatos políticos, denunciando toda improbidade que chegue ao nosso conhecimento, etc, isto é, tornando-se um agente de mudança pelo fim da corrupção. 

Ela só acabará se a sociedade criar uma repulsa à corrupção tão forte como já se conseguiu fazer com a tortura. 

Uma sociedade precisa de pessoas com valores pois quanto mais publica for a política, mais ela coíbe a corrupção, que é o câncer da política brasileira.

Nenhum comentário:

Postar um comentário